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Endoscopia: o exame que pode ajudar em diversos diagnósticos

fev. 03, 2020
A endoscopia digestiva alta é um procedimento indicado para avaliar o trato gastrointestinal superior (esôfago, estômago e duodeno). O exame, quando realizado por endoscopista treinado, é capaz de prevenir o desenvolvimento de cânceres do esôfago e do estômago por permitir a identificação e remoção de lesões pré-cancerígenas.

A realização da endoscopia digestiva alta pode ser associada a outros procedimentos no mesmo dia, como por exemplo, a coleta de exames de sangue e a ultrassonografia do abdome. O médico que realiza a endoscopia digestiva alta é o endoscopista, que geralmente também possui formação nas áreas ou de Cirurgia Geral ou de Gastroenterologia Clínica. Confira no artigo a tudo o que você precisa saber sobre esse exame.

O que é e como é realizada a endoscopia digestiva alta?

A endoscopia digestiva alta é o exame que permite avaliar a mucosa do esôfago, estômago e duodeno (o primeiro segmento do intestino delgado) e tratar eventuais lesões nessas localizações. É também conhecida por esofogastroduodenoscopia e costuma ser realizada em em clínicas ou hospitais por um médico especialista chamado endoscopista. 

O exame é feito pela via oral por meio da introdução de um tubo fino e flexível que apresenta uma videocâmara na sua extremidade. A videocâmara capta imagens do interior do tubo digestivo e as projeta num monitor externo em tempo real para o endoscopista. O aparelho é progredido de forma suave através do esôfago, do estômago e do duodeno para avaliação das mucosas e para a realização de procedimentos auxiliares (como biópsias, pesquisa de H. pylori, remoção de pólipos, interrupção de sangramentos ou mesmo remoção de corpos estranhos).

A realização do exame geralmente ocorre com o paciente sedado, ou seja, após a administração, pela veia, de medicações que induzem o sono, causam amnésia e tem efeito analgésico. Para que a sedação seja realizada de forma segura, o paciente é monitorizado e os níveis de oxigênio no sangue, depressão e os batimentos cardíacos são continuamente verificados.

O exame não causa dor, entretanto, logo ao acordar, o paciente pode apresentar sensação de pigarro ou dificuldade de deglutição pelo uso de anestésicos tópicos para lubrificar e facilitar a passagem do aparelho pela garganta. Náuseas, vômitos ou soluções são infrequentes e auto-limitados e podem ocorrer pela manipulação do aparelho no tubo digestivo ou pelas medicações sedativas utilizadas.

Quando é indicada?

O exame de endoscopia possui as seguintes indicações:

Diagnóstica: a fim de verificar as causas de sintomas como queimação, regurgitação, dores abdominais, náuseas e vômitos, engasgos ou dificuldades de engolir, anemias, diarreia e sangue nas fezes, tumores ou cânceres do aparelho digestivo.

Terapêutica: injeção endoscópica de medicamentos para controle de hemorragias digestivas, dilatação de estreitamentos (estenoses) de esôfago, duodeno, anastomoses, remoção de corpos estranhos, remoção de pólipos ou lesões neoplásicas.

Em combinação com a ecoendoscopia (ou ultrassonografia endoscópica): permite visualizar a parede do esôfago, estômago e duodeno, além de órgãos adjacentes como o pâncreas e a vesícula biliar.

Que doenças o exame pode detectar?

O exame de endoscopia é capaz de diagnosticar inúmeras doenças do trato gastrointestinal superior. Entre as principais doenças estão: tumores, esofagites, refluxo gastroesofágico, gastrites, duodenites, úlceras e a bactéria Helicobater pylori.
Como forma de prevenir ou detectar precocemente cânceres do esófago ou do estômago, pacientes a partir dos 50 anos de idade devem realizar o exame com maior frequência.

Aqueles pacientes com histórico familiar de pólipo neoplásico ou de câncer devem realizar a endoscopia digestiva alta antes mesmo dos 50 anos.

A endoscopia digestiva alta também é utilizada de forma regular para o acompanhamento de pós-operatórios de cirurgias do trato gastrointestinal superior, como as cirurgias bariátricas.

Preparação para o exame

A maioria dos pacientes necessita apenas de jejum de 8 horas para alimentos sólidos. Esse tempo é necessário para que ocorra o esvaziamento adequado do estômago. Isso irá permitir a adequada avaliação da mucosa e reduzirá o risco de broncoaspiração.

É importante lembrar que o paciente também não poderá consumir água ou outros líquidos durante o tempo de jejum, salvo em casos de recomendação médica.

Além disso, é necessária a presença de um acompanhante maior de 18 anos no momento do procedimento. Como os sedativos podem apresentam efeito residual, os pacientes podem ficar ainda sonolentos e apresentar dificuldade para se locomoverem.

Logo, é recomendado não dirigir, não pilotar motocicletas, não operar máquinas ou equipamentos pesados, não utilizar objetos perfuro-cortantes nem realizar atividades que demandem atenção.

Possíveis complicações

A endoscopia digestiva é um exame seguro. Complicações são infrequentes e, em sua maioria, leves. As principais são irritação na garganta (pelo uso de anestésicos tópicos), desconforto abdominal leve, sangramento (no local de biópsias ou remoção de pólipos) ou reações alérgicas leves (às medicações sedativas). Reações mais graves são raras. Entre as principais, há reação alérgica grave, arritmia, insuficiência respiratória, parada cardiorrespiratória e perfuração (em caso de terapêuticas).

Como o exame de endoscopia auxilia no diagnóstico de esofagite e gastrite?

O que é gastrite?

A gastrite é uma doença que cursa com inflamação da parede interna do estômago e, quando não tratada, pode levar à erosões ou úlceras. A doença pode ocorrer devido ao uso excessivo de álcool, medicamentos anti-inflamatórios, estresse crônico e ingestão de alimentos contaminados com a bactéria Helicobacter pylori (também conhecida por H. pylori).

Principais sintomas

Os principais sintomas são azia, queimação, dor epigástrica, náuseas, vômitos, perda de apetite, inchaço na barriga, digestão lenta, e, às vezes, sangramento digestivo.

Diagnóstico

A endoscopia digestiva alta é muito importante no diagnóstico da doença já que fornecer uma visão do estômago e permite identificar os sinais de inflamação. Pequenas amostras portam ser coletadas que serão enviadas para testes em laboratórios, determinando se há ou não presença de inflamação e infecção pelo H. pylori.

Tratamento

O tratamento para gastrite irá depender da causa específica. Normalmente, o médico irá orientar algumas modificações no estilo de vida (dieta e exercícios) e indicará alguns medicamentos que visem diminuir a quantidade de ácido no estômago ou erradicar a H. pylori (antibióticos).

O que é esofagite? 

A esofagite é uma inflamação da mucosa do esôfago, órgão responsável pelo transporte dos alimentos da boca ao estômago. A doença geralmente ocorre devido pelo retorno do conteúdo ácido do estômago para o esôfago, provocando a inflamação, a chamada doença do refluxo gastroesofágico (DRGE).

Sintomas

Os principais sintomas da doença incluem azia, dor ou queimação no peito ou na garganta, refluxo, regurgitação, rouquidão, sensação de falta de ar, tosse seca, mau hálito e dificuldade para engolir.

Diagnóstico

Assim como para a gastrite, o exame de endoscopia digestiva alta é uma das principais formas de diagnosticar a esofagite e a doença do refluxo gastroesofágico. É possível verificar irregularidades na mucosa e coletar amostras (biópsias). A depender das características da inflamação, o médico endoscopista pode determinar o tipo de esofagite, o grau de inflamação e a causa.

Tratamento

O tratamento para esofagite vai depender do tipo e do grau diagnosticados. Em geral, o tratamento consiste no uso de medicamentos que reduzem a produção de ácido pelo estômago, os chamados inibidores de bomba de prótons (IBPs), tais como o omeprazol, o pantoprazol, o lansoprazol e o esomeprazol. Em alguns casos, pode ser necessária a realização de uma cirurgia para correção do refluxo (cirurgia de válvula anti-refluxo ou fundoplicatura).

Conclusão

A endoscopia digestiva alta é um exame importante para auxiliar no diagnóstico e tratamento das doença do trato digestivo superior. É um recurso indispensável para a prática clínica de clínicos gerais, gastroenterologistas e cirurgiões. Se você apresenta quaisquer um dos sintomas ou quadro clínicos citados, consulte seu médico. Ele(a) irá lhe avaliar e saberá se há a necessidade você realizar exames complementares, entre eles a endoscopia digestiva alta, para ajudar no seu diagnóstico e tratamento.
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